domingo, 13 de dezembro de 2009

...

O passo dado é só um passo
sapato rasgado, molhado
corpo suado, trêmulo, sujo
na mão cigarro, bituca, apagado
no peito magro, coração amargurado
mente vazia, corro, fujo
me perco e me acho, faço

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Poucas palavras

Não tente ser o que ELES querem que você seja
Também não seja o que VOCÊ quer ser
ISSO é AQUILO, mais aflorado
Seja simplesmente.
VIVA

sábado, 8 de agosto de 2009

Um poema antigo

Que sentimento é esse?

Que não, amor nem amizade.

Uma ponte entre esses.

Um meio termo

Onde dois corpos se atraem,

mesmo sabendo que no fim,

não poderão ficar juntos,

Onde a simples troca de carícias

vale mais que tudo

Onde a febre invade o corpo

causando o transpirar

de pés e mãos.

Onde a cada momento

os dois corpos

estão mais próximos

e ao mesmo tempo tão longe

Onde o medo da rejeição

causa nele a dúvida

do que ela quer

É esse sentimento...

o meio termo...

Onde a cada vez

que esses dois corpos

se encontram

trocam carícias

que quase os levam

ao intímo...

Mas a cada vez

que se torna irresistível

Os dois se esquivam...

para evitarem

o algo mais...

desse sentimento

louco, simples...

o não amor

o não amizade

o meio termo...

Mas é esse

o verdadeiro propósito

desse sentimento...

o não chegar

ao algo mais...

Fazer sentir

o desejo de ver

os lábios se encostando

e não o ver

É o sentimento

do quase...

que não tem nome...

nem começo...

nem fim...

Simplesmente

acontece...

E ao fim...

não tem despedida...

para ficar a vontade

de se verem de novo

e fazer de novo...

a mesma coisa...

sem avançar...

sem se comprometerem...

simplesmente sentirem...

a satisfação...

de estarem ali...

juntos...

E é assim

que vão vivendo...

nos encontros...

e desencontros...

esse sentimento....

é equilibrado...

não passa disso...

porque se passar...

talvez se perca...

e acabe...

Sentimento...

Que é esse?

O não amor...

o não amizade...

O quase...

o meio termo...

A ponte...

Bom...

Satisfatório...

Sem fim...

sem começo...


terça-feira, 21 de julho de 2009

Toque de Recolher

"Nas duas cidades, menores de 13 anos, desacompanhados, só poderão ficar nas ruas até 20h30m. Os que têm até 15 anos têm permissão para permanecer até 22h. Adolescentes entre 16 e 18 anos podem ficar até 23h." http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2009/05/13/patos-de-minas-em-minas-gerais-adota-toque-de-recolher-para-menores-de-16-anos-partir-de-23-horas-755843690.asp

...Foi isto que me deu um tremendo susto durante essa semana, queria até excluir o blog e esconder os textos que ainda estão guardados ali, pensei que tinham dado um golpe de estado e o velho havia voltado...

Mas "felizmente" não é a ditadura voltando, é só a nova determinação da justiça brasileira em algumas cidades que visam o toque de recolher para a diminuição do índice de criminalidade envolvendo crianças nas idades indicadas na notícia lançada no site do jornal O Globo. Além dessa, no jornal da rede Integração filiada à rede Globo, a notícia diz que na cidade de Patos de Minas, onde a determinação foi instaurada desde o dia 1° de Junho já houve a esperada diminuição.

Pareceu-me tão linda aquela reportagem, com a opinião de algumas pessoas "mais velhas" dizendo mais ou menos assim "Sim, isso é muito bom" ou "Claro, isso resolverá os problemas" ou ainda "É pelo bem de minhas crianças". Será impressionante mesmo, determinações de horários para cada idade, chega de pique-esconde depois das 20:30hs, nada de namoro na porta de casa depois das 22hs, espero que não exilem os maiores de 18, é o que falta anunciar. O "ser criança" estará dissociado ao ficar na rua, o melhor mesmo é ir para dentro assistir TV ou jogar no seu mais novo PlayStation. As pessoas tem mesmo é que ficar em suas prisões disfarçadas de casas.

Alguns professores me falam que muitas pessoas ainda tem uma visão de que algumas épocas são melhores que outras e sempre escuto de avós e tios "mais velhos" que dizem " Bom era na época da ditadura, em que não existia violência", "A segurança era realmente válida". Isso me bastou para entender a opinião dos "selecionados" pela imprensa para falar. Além, é claro, da delegada, policiais e da promotora de justiça que favoráveis à determinação deram seus depoimentos. Não vi, até agora, nenhuma opinião contrária sobre a notícia e pelo menos nas emissoras de canal aberto elitistas isso não ocorrerá, não pelo meu pessimismo, mas por um realismo me imposto pelo que vejo nos jornais e telejornais há anos. O que realmente gostaria de ressaltar aqui, é que certamente não são toques de recolher ou qualquer outra medida punitiva autoritária que irá resolver um problema que é de longa data como a criminalidade, seja ela na infância, adolescência ou na fase adulta, não se é necessário ser um especialista no assunto pra saber que medidas como essa só levam a revoltas ainda maiores que causarão o maior uso da violência para enfrentá-las. Além disso, para um jovem, o que é proibido se torna extremamente atraente. A criminalidade é um problema histórico, principalmente no Brasil, e não é da noite para o dia que se resolve, assim como muitos problemas, se resolve em um longo processo que envolve governantes e "governados".

Não estou aqui para dizer como o problema da criminalidade pode ser resolvido, mas apenas para abrir os olhos daqueles que ouviram a notícia e que porventura ainda não leram ou ouviram uma segunda opinião. Para expressar o meu "nojo" diante uma "política bombeiro" que sempre chega atrasada para apagar um fogo que já se alastrou e que se é impossível de apagar.


Maycon Dantas

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Na rua

Vinha caminhando pelo centro da cidade

acompanhado apenas pelos marginais

adormecidos

e o gélido vento noturno



estava já um pouco bêbado

mas ainda carregava uma garrafa

de uma long-neck que achara sobre o balcão

fumava também um cigarro

ganhado de algum senhor que o cantara

naquele que alguns chamavam de antro

para ele, mais uma casa noturna

cheia de gente a delirar em drogas e música sintética



depois de se envolver no meio dessa multidão

e do alto som da música

gostava de sentir o "silêncio ensurdecedor" das ruas

e aquele zumbido em seu ouvido

achava que esse era o melhor da festa

após todo aquele alvoroço de pessoas

a dançar suas vidas na pista engarrafada e enfumaçada

melhor era se sentir sozinho

sua vontade era tirar toda a roupa

e sentir aquele vento atravessando sua pela como agulhas

sentir uma liberdade

que duraria do momento em que saia do dito antro até a sua casa

vãs pensamentos

de alguém bêbado e alcoolizado

domingo, 5 de julho de 2009

S E U P A L H A Ç O !

Boa noite seu guarda
Boa noite
S e U p A l H a Ç O
Vai guardando essa sua vida
e não ria pois isso lhe faz mal
também não tente lutar por nada
porque de nada adiantará isso
mas, mas...
mas a vida é assim mesmo
e respeite a autoridade
que a Demo Cracia,
minha amiga de verdade
deu a mim
pra impor a ti
guarde também essas suas roupas
e seu estilo alternativo
vista logo um paletó
gravata calça e cinto
arrume um desses empregos
de 8 as 13 e 15 as 17
a C o N f O r M i D a D e
na teoria funciona
Vá lá pra dentro e assista tudo
D a T V
que nela está quase tudo que necessita
pra completar isso
que você chama de vida
V a Z i A
Durma cedo
amanhã é dia de
C h U m B o G r O s S o
no seu novo
T r A b A l H o
Vou lá que já vai começar a novela!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Saiam daqui seus nojentos
Não os quero aqui
Eu quero ficar sozinho
Eu e meus pensamentos
Eu e eu mesmo
Eu e meu egoísta eu
Eu e meu misantropo eu
Não quero ouvir as vozes de vocês
Vozes ignorantes e cheias de palavras inúteis
Quero ficar aqui lendo meus livros
Escutando outras vozes
De pessoas que já foram
Ou que não possam me tocar
E que eu não possa ver
Estou cansado de todos vocês
Saiam, saiam!
Saiam seus nojentos
Vocês valem menos que ratos sujos dos esgotos
Eu quero ser só,
quero ficar só
Saiam.

sábado, 20 de junho de 2009

Mais uma vez desespero

Desespero-me com a ignorância humana
Com as palavras vagas que saem de uma mente também assim
Dos risos macabros de uma graça que não vejo graça
De uma vida sem graça
Sem conteúdo
De uma vida que se vive sem saber o que é vida
Acham graça de tudo e fazem graça com todos
Enquanto todos estão e são completamente desgraçados
Desgraçados! Vocês que acham que a vida é feita de poder
De subordinação
A desgraça alheia é graça de vocês.
Os que riem ao ver o outro sofrer,
Esse é o maior desgraçado.
Não vos desejo a morte, ela seria graça de mais.
Desejo-lhes o sofrimento eterno, e que eu possa rir de vocês.
E em suas engraçadas caras cheias de suas bocas e de suas palavras vagas e idiotas
E me tornar também um desgraçado.
É! Isso é o que vocês são Idiotas!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

....em um outro lugar

"Estou aqui, mas esqueci minh'alma num hotel"
Não é exatamente num hotel que esqueci minha alma, mas num lugar em que se vai e se vem, num lugar que nunca se está totalmente e nem em todo o tempo, esqueci a minha verdadeira alma naquele lugar onde estou livre de todos os meus defeitos, os quais mostro a sociedade, a não ser quando estou lá, escancaradamente, estou aqui com esse pobre corpo esguio e sem reação as mais fáceis causas, estou aqui preso às correntes farpantes que me cortam e parece que gosto disso, é quase uma sensação de prazer e dor, estou aqui, o meu corpo, e minha mente, o intelecto, mas esqueci os meus principais dogmas e doutrinas e conceitos que julgo bons naquele lugar bonito, naquele lugar cheio de pessoas das quais gosto de ouvir, gosto de escutar até as bobagens que tem a falar, aquele lugar onde o céu é mais bonito, é mais nublado lá, lá não faz esse sol exacerbado é tedioso, lá é onde fica o frio que eu sinto realmente afligindo os meus sentidos nervosos e fazendo com que arrepie, é lá onde tenho a liberdade de pensar e fazer o que gosto, é lá que experimento a vida, o melhor dela, é lá que sou livre, a minha alma está lá ,esperando a minha ida total, espero um dia me livrar dessas correntes que me prendem à esse lugar cheio de gente que fala, cheio de luz que mostra essas gentes, que me afligem, gostaria de ser surdo aqui, gostaria que nenhum de vocês falassem, eu quero o silêncio reinando nesse lugar, quero ouvir as minhas música então somente elas, porque vocês falam de mais, mas vocês não falam nada, eu não quero ver mais, eu quero não ser só surdo eu quero ser surdo e cego, eu também não quero sentir as vibrações de seus passos vindo em minha direção, eu não quero mais isso aqui, eu quero a morte de todos vocês, ou pelo menos a minha.

sábado, 25 de abril de 2009

Duas faces de uma mesma vontade

image73  http://www.triplov.com/walkyria/saint_exupery/pics/image73.gif

Ouvindo uma música de Paula Toller hoje "A noite sonhei contigo." e observando uma única parte da música - Quem dera me livrar pra sempre de mim mesmo, me vi em uma viagem total, na música a cantora levava essa parte pra um lado romantizado da coisa, mas em minha reflexão, ou viagem, sei lá, pensei algo diferente, na humanidade e de como as coisas andam nesse momento, entrei em um desespero muito estranho, vendo que sou tão impotente diante do mundo, sem saber o que fazer para mudar, ajudar a quem? como fazer isso? talvez eu tenha as respostas mas como colocar isso em prática? e será que adiantaria em alguma coisa? essa impotência de que falo, vejo todos os dias, ao não conseguir fazer com que um ser-humano racional que é, ou dizem ser, deixe de usar dez copos descartáveis para usar uma caneca que pode ser utilizada várias vezes, a minha impotência é tamanha que se não consigo mudar o pensamento de um, como poderei mudar o pensamento de uma sociedade, mea culpa, mea culpa, poderia ser mais persuasivo, mas a cada dia meus argumentos se desfalecem diante a ignorancia e os risos que recebo quando falo de meio ambiente, de animais ou de qualquer outra coisa, as vezes penso que assim como Zaratustra, gostaria de subir a montanha já cá com meus dezoito anos, e ficar lá, longe dessa humanidade.
Pensando sozinho e vendo alguém chegando perto de mim pra falar qualquer coisa, já não tenho um sentimento muito bom, me pego sofrendo com meus próprios pensamentos, os quais não consigo evitar, pensamentos sobre a humanidade, o tempo, a vida... Hoje já não sei mais se acredito na mudança dessa humanidade, ela cada vez mais me decepciona, com suas frases, seus pensamentos, ou o seus não pensamentos,

quem dera me livrar pra sempre de mim mesmo,

quem dera não viver aqui pra ver tudo,

e pensar sempre em tudo,

e não conseguir parar de pensar em tudo,

as vezes acho que não mereço estar aqui, não faço nada por ninguém, estou já na minha completamente egoísta mudança, de atitudes ou pensamentos, tentando ser ecologicamente correto [sem nem saber como fazê-lo], tentando alcançar algo que não sei o que é ou onde irá me levar e nisso esqueço de influenciar os meus alheios, esqueço que eles estão aqui do meu lado, me pego conversando sozinho, não por falta de alguém pra conversar, mas por que eu mesmo tenho muito assunto pra conversar comigo mesmo e discutir isso tudo aqui, com os meus botões. Louco? Não sei se defino isso como loucura, esse meu desapego da humanidade, e esse não acreditar mais, já está me fazendo um misantropo, e cada dia mais estou subindo essa montanha para longe, para o lugar onde fico comigo mesmo, travando guerras entre emoção e razão...

quem dera me livra pra sempre de mim mesmo

e querer acreditar nessa humanidade

e querer ficar por aqui, comemorando tudo junto,

e falando muito, com muitas pessoas.






Maycon Dantas

terça-feira, 21 de abril de 2009

Relato

untitled                                                    
Pensando na vida
Com meu copo de vinho e meu cigarro queimando a ponta de meus dedos.
Olho pra ele e sinto uma leve impotência em jogá-lo no chão vermelho do meu quarto
ou nesse cinzeiro transbordando de cinzas de meu ser fumante,
cinzas de um cigarro barato
que já nem sei mais o gosto que tem
e esse vinho também barato
comprado num desses botecos de esquina
esquina sangria
onde se encontram
pessoas que assim como estou agora
embriagando-se,
embriagado já estou
não sei o motivo porque, nem o deles nem o meu
talvez
às crianças que não comem a muito,
àquelas deitas em camas sofrendo com monstros mutantes,
à essas do verde e vermelho,
àquelas de latas e papéis,
à essas de terra e suor,
àquelas de pedra e martelo,
àquelas de livros e ordens,
àquelas de ir e voltar,
dedico esse copo vazio
e essa parte de mim a queimar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Com os botões

Todo o complexo de um conceito de moral e de ética, e de sei lá, medo, te faz sofrer, faz com que tú não vivas as coisas da vida, e que essa te proporciona.
Se pudesses te desligar de todos esses conceitos viveria, ou não.
O medo de te deixar levar totalmente faz com que não vivas.
Esse medo vem avassalando tua vida pobre de aventura, vem do conceito de moral e de ética esses impregnados em ti por uma sociedade tradicional a qual tu fazes parte.
Como livrar-te desse tradicionalismo?
Fale-me como?
No fundo de tua alma tens a resposta.
No fundo de tua alma também está o conceito que prende a resposta e te prende.
As responsabilidades de tua vida são a maior fortaleza que te agasalha do medo da dor e do sofrimento e que ao mesmo tempo te causa um sofrimento ainda maior, o interior, que não causa feridas à tua pele, mas causa feridas ao teu ser, a tua alma.
Morra e renasca.
Mude-te.
Mova-te.
Pense, reflita, sofra com isso.
Não te libertarás, mas pensará em teu sofrimento.
Bem mais que isso.
Onde estão as verdadeiras verdades de tua alma?
Teu coração agora bate forte, sua mão está trêmula, sua... Por que?

Não Sei

A vontade que tenho
me faz ir
Mas o conceito que tenho
me faz ficar
Sofro.

O pesar de não ir
é o transtorno de ficar
dói menos assim.

Sentimento

Meu coração bate forte
Sentimento de euforia
Fuga do mundo
O que está acontencendo?
Estou perdendo a noção?
Estou aqui ainda
Posso sentir
Mas também não estou
Estou em outro lugar
Um lugar diferente
Estou sozinho
É vazio aqui,
mas tão cheio de mim
Meus olhos estão pesados
Sinto vontade de rir
Agora vem a calma
Uma forte calma
quase depressiva
Está passando
e passando...
Estou de volta,
de volta a esse mundo.
Droga!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tentando Novamente

Estou aqui novamente tentando entrar para o mundo do escritores de blog,
não sei por qual motivo,
não porque cargas d'água,
só estou aqui,
tentando colocar em palavras o que não consigo expressar falando,
tentando mais uma vez...
Após sofrer mais uma semana ouvindo baboseiras de pessoas que se dizem meus colegas, naquilo que eu ainda insisto em chamar de "meu trabalho", quero conseguir colocar o hábito de escrever - livremente - em minha vida e em um site, que agora, penso que terá que ficar restrito entre eu, eu mesmo e algumas pessoas que saibam encarar o mundo com o mínimo de senso e que já tenham se libertado de seus preconceitos, coisa que acho difícil, partindo do pressuposto de que ainda vivemos em um mundo tão assim - preconceituoso.
Mas vá lá, não custa tentar de novo.

A publicação abaixo é do último texto que havia publicado no outro blog... Tive que excluí-lo como já disse, mas creio que essa que causou tanta polêmica e que me fez ser quase que excomungado pelos "sacerdotes" hipócritas, ignorantes e preconceituosos do "meu trabalho" merece ser posta outra vez aqui para ser lida. Vou disponibilizar para quem quiser, obviamente, o arquivo ao qual me refiro na postagem por email. É só deixar o email no comentário que passo.

Hoje estou cansado de mais para escrever, talvez amanhã, colocarei ali algumas coisas no papel e depois passo para aqui.

Desabafo

Trabalhando em uma empresa formada quase que homogeneamente por homens, o preconceito, principalmente de gênero é realmente abominável aqui. Como no último dia 08 foi o dia internacional das mulheres, mandei pelo correio da empresa uma apresentação de slides de um autor desconhecido que falava sobre o que seria Gostar de Mulher, no dia seguinte, hoje, fui até um setor da empresa e um dos “colegas” de trabalho veio me perguntar se já tinha 18 anos, se já tinha “escolhido” minha orientação sexual, se tinha namorada, não nessas palavras, claro, estou sendo bastante eufêmico, a ignorância que “anda de mãos dadas com o preconceito” está também assim em cada um desses que se dizem homens. A principio não entendi o porquê da pergunta e em seguida ele se referiu ao email que eu havia mandado no dia anterior, eu imediatamente perguntei em que aquele email interferia na minha orientação sexual, ele retrucou dizendo que o email era muito “gay” e que esse negócio de conhecer a mulher a fundo era coisa de “veado”, para completar a total selvageria, barbárie, ignorância ou chamem como quiser disse que assim como as pessoas da região dele, era acostumado “a arrancar um fruto de uma árvore na enxada”, a minha reação foi rir. Pensei comigo, como uma comparação imbecil dessas pode ser feita, como se pode referir ao tratamento de uma mulher, com o colher de um fruto em uma árvore, se tivesse sido de outra maneira, seria até poeta, mas fazer referência à uma enxada, um instrumento de trabalho braçal totalmente bruto, é irracionalidade, é instinto, é animal e animal irracional.
Quando digo, se dizem homens, é no sentido de ser humano, como, as relações sejam elas: homem >mulher ou todo restante de relações humanas podem estar tão banalizadas? Referente principalmente ao contexto do relato, como o fato de se ter o mínimo de romantismo, de querer homenagear (o que deveria ser feito todos os dias, as pessoas deveriam homenagear umas as outras todo o tempo, para que houvesse uma verdadeira paz), de saber tratar pode ser considerado por um ignorante obviamente, como um ato homossexual, como “melação”, como “coisa de veado”? Isso quer dizer que tratar bem uma mulher, com carinho que ela merece, com educação é não ser no aspecto virilidade – um homem? É exatamente por essa perda de valores que a sociedade encaminha-se para o caos, em que não se respeita diferenças de etnias, gênero, personalidade. Por essa falta de respeito de maridos com esposas que os casamentos não duram como os de antigamente, por falta de amor eu diria, mas dentro do amor há muito de respeito.
Com referência ao arquivo no email, ouvi também que teria possivelmente sido feito por uma mulher, concordo que há algo de feminismo ali, o que não tira o mérito do autor de falar de como deveria ser a relação homem – mulher, saudável.
Finalizando, a sociedade em busca do poder com esse capitalismo exacerbado, é o que, a meu ver leva aos mais tristes preconceitos e isso advém de algo mais profundo que é o não saber respeitar a diferença alheia, isso causou, e, ainda causam grandes disputas entre nações e entre povos de mesma nação. Enfim, só o respeito para com outro trará a verdadeira paz e isso começa aqui e agora.


Maycon Dantas


"Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito."
Albert Einstein.