sábado, 25 de abril de 2009

Duas faces de uma mesma vontade

image73  http://www.triplov.com/walkyria/saint_exupery/pics/image73.gif

Ouvindo uma música de Paula Toller hoje "A noite sonhei contigo." e observando uma única parte da música - Quem dera me livrar pra sempre de mim mesmo, me vi em uma viagem total, na música a cantora levava essa parte pra um lado romantizado da coisa, mas em minha reflexão, ou viagem, sei lá, pensei algo diferente, na humanidade e de como as coisas andam nesse momento, entrei em um desespero muito estranho, vendo que sou tão impotente diante do mundo, sem saber o que fazer para mudar, ajudar a quem? como fazer isso? talvez eu tenha as respostas mas como colocar isso em prática? e será que adiantaria em alguma coisa? essa impotência de que falo, vejo todos os dias, ao não conseguir fazer com que um ser-humano racional que é, ou dizem ser, deixe de usar dez copos descartáveis para usar uma caneca que pode ser utilizada várias vezes, a minha impotência é tamanha que se não consigo mudar o pensamento de um, como poderei mudar o pensamento de uma sociedade, mea culpa, mea culpa, poderia ser mais persuasivo, mas a cada dia meus argumentos se desfalecem diante a ignorancia e os risos que recebo quando falo de meio ambiente, de animais ou de qualquer outra coisa, as vezes penso que assim como Zaratustra, gostaria de subir a montanha já cá com meus dezoito anos, e ficar lá, longe dessa humanidade.
Pensando sozinho e vendo alguém chegando perto de mim pra falar qualquer coisa, já não tenho um sentimento muito bom, me pego sofrendo com meus próprios pensamentos, os quais não consigo evitar, pensamentos sobre a humanidade, o tempo, a vida... Hoje já não sei mais se acredito na mudança dessa humanidade, ela cada vez mais me decepciona, com suas frases, seus pensamentos, ou o seus não pensamentos,

quem dera me livrar pra sempre de mim mesmo,

quem dera não viver aqui pra ver tudo,

e pensar sempre em tudo,

e não conseguir parar de pensar em tudo,

as vezes acho que não mereço estar aqui, não faço nada por ninguém, estou já na minha completamente egoísta mudança, de atitudes ou pensamentos, tentando ser ecologicamente correto [sem nem saber como fazê-lo], tentando alcançar algo que não sei o que é ou onde irá me levar e nisso esqueço de influenciar os meus alheios, esqueço que eles estão aqui do meu lado, me pego conversando sozinho, não por falta de alguém pra conversar, mas por que eu mesmo tenho muito assunto pra conversar comigo mesmo e discutir isso tudo aqui, com os meus botões. Louco? Não sei se defino isso como loucura, esse meu desapego da humanidade, e esse não acreditar mais, já está me fazendo um misantropo, e cada dia mais estou subindo essa montanha para longe, para o lugar onde fico comigo mesmo, travando guerras entre emoção e razão...

quem dera me livra pra sempre de mim mesmo

e querer acreditar nessa humanidade

e querer ficar por aqui, comemorando tudo junto,

e falando muito, com muitas pessoas.






Maycon Dantas

terça-feira, 21 de abril de 2009

Relato

untitled                                                    
Pensando na vida
Com meu copo de vinho e meu cigarro queimando a ponta de meus dedos.
Olho pra ele e sinto uma leve impotência em jogá-lo no chão vermelho do meu quarto
ou nesse cinzeiro transbordando de cinzas de meu ser fumante,
cinzas de um cigarro barato
que já nem sei mais o gosto que tem
e esse vinho também barato
comprado num desses botecos de esquina
esquina sangria
onde se encontram
pessoas que assim como estou agora
embriagando-se,
embriagado já estou
não sei o motivo porque, nem o deles nem o meu
talvez
às crianças que não comem a muito,
àquelas deitas em camas sofrendo com monstros mutantes,
à essas do verde e vermelho,
àquelas de latas e papéis,
à essas de terra e suor,
àquelas de pedra e martelo,
àquelas de livros e ordens,
àquelas de ir e voltar,
dedico esse copo vazio
e essa parte de mim a queimar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Com os botões

Todo o complexo de um conceito de moral e de ética, e de sei lá, medo, te faz sofrer, faz com que tú não vivas as coisas da vida, e que essa te proporciona.
Se pudesses te desligar de todos esses conceitos viveria, ou não.
O medo de te deixar levar totalmente faz com que não vivas.
Esse medo vem avassalando tua vida pobre de aventura, vem do conceito de moral e de ética esses impregnados em ti por uma sociedade tradicional a qual tu fazes parte.
Como livrar-te desse tradicionalismo?
Fale-me como?
No fundo de tua alma tens a resposta.
No fundo de tua alma também está o conceito que prende a resposta e te prende.
As responsabilidades de tua vida são a maior fortaleza que te agasalha do medo da dor e do sofrimento e que ao mesmo tempo te causa um sofrimento ainda maior, o interior, que não causa feridas à tua pele, mas causa feridas ao teu ser, a tua alma.
Morra e renasca.
Mude-te.
Mova-te.
Pense, reflita, sofra com isso.
Não te libertarás, mas pensará em teu sofrimento.
Bem mais que isso.
Onde estão as verdadeiras verdades de tua alma?
Teu coração agora bate forte, sua mão está trêmula, sua... Por que?

Não Sei

A vontade que tenho
me faz ir
Mas o conceito que tenho
me faz ficar
Sofro.

O pesar de não ir
é o transtorno de ficar
dói menos assim.

Sentimento

Meu coração bate forte
Sentimento de euforia
Fuga do mundo
O que está acontencendo?
Estou perdendo a noção?
Estou aqui ainda
Posso sentir
Mas também não estou
Estou em outro lugar
Um lugar diferente
Estou sozinho
É vazio aqui,
mas tão cheio de mim
Meus olhos estão pesados
Sinto vontade de rir
Agora vem a calma
Uma forte calma
quase depressiva
Está passando
e passando...
Estou de volta,
de volta a esse mundo.
Droga!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tentando Novamente

Estou aqui novamente tentando entrar para o mundo do escritores de blog,
não sei por qual motivo,
não porque cargas d'água,
só estou aqui,
tentando colocar em palavras o que não consigo expressar falando,
tentando mais uma vez...
Após sofrer mais uma semana ouvindo baboseiras de pessoas que se dizem meus colegas, naquilo que eu ainda insisto em chamar de "meu trabalho", quero conseguir colocar o hábito de escrever - livremente - em minha vida e em um site, que agora, penso que terá que ficar restrito entre eu, eu mesmo e algumas pessoas que saibam encarar o mundo com o mínimo de senso e que já tenham se libertado de seus preconceitos, coisa que acho difícil, partindo do pressuposto de que ainda vivemos em um mundo tão assim - preconceituoso.
Mas vá lá, não custa tentar de novo.

A publicação abaixo é do último texto que havia publicado no outro blog... Tive que excluí-lo como já disse, mas creio que essa que causou tanta polêmica e que me fez ser quase que excomungado pelos "sacerdotes" hipócritas, ignorantes e preconceituosos do "meu trabalho" merece ser posta outra vez aqui para ser lida. Vou disponibilizar para quem quiser, obviamente, o arquivo ao qual me refiro na postagem por email. É só deixar o email no comentário que passo.

Hoje estou cansado de mais para escrever, talvez amanhã, colocarei ali algumas coisas no papel e depois passo para aqui.

Desabafo

Trabalhando em uma empresa formada quase que homogeneamente por homens, o preconceito, principalmente de gênero é realmente abominável aqui. Como no último dia 08 foi o dia internacional das mulheres, mandei pelo correio da empresa uma apresentação de slides de um autor desconhecido que falava sobre o que seria Gostar de Mulher, no dia seguinte, hoje, fui até um setor da empresa e um dos “colegas” de trabalho veio me perguntar se já tinha 18 anos, se já tinha “escolhido” minha orientação sexual, se tinha namorada, não nessas palavras, claro, estou sendo bastante eufêmico, a ignorância que “anda de mãos dadas com o preconceito” está também assim em cada um desses que se dizem homens. A principio não entendi o porquê da pergunta e em seguida ele se referiu ao email que eu havia mandado no dia anterior, eu imediatamente perguntei em que aquele email interferia na minha orientação sexual, ele retrucou dizendo que o email era muito “gay” e que esse negócio de conhecer a mulher a fundo era coisa de “veado”, para completar a total selvageria, barbárie, ignorância ou chamem como quiser disse que assim como as pessoas da região dele, era acostumado “a arrancar um fruto de uma árvore na enxada”, a minha reação foi rir. Pensei comigo, como uma comparação imbecil dessas pode ser feita, como se pode referir ao tratamento de uma mulher, com o colher de um fruto em uma árvore, se tivesse sido de outra maneira, seria até poeta, mas fazer referência à uma enxada, um instrumento de trabalho braçal totalmente bruto, é irracionalidade, é instinto, é animal e animal irracional.
Quando digo, se dizem homens, é no sentido de ser humano, como, as relações sejam elas: homem >mulher ou todo restante de relações humanas podem estar tão banalizadas? Referente principalmente ao contexto do relato, como o fato de se ter o mínimo de romantismo, de querer homenagear (o que deveria ser feito todos os dias, as pessoas deveriam homenagear umas as outras todo o tempo, para que houvesse uma verdadeira paz), de saber tratar pode ser considerado por um ignorante obviamente, como um ato homossexual, como “melação”, como “coisa de veado”? Isso quer dizer que tratar bem uma mulher, com carinho que ela merece, com educação é não ser no aspecto virilidade – um homem? É exatamente por essa perda de valores que a sociedade encaminha-se para o caos, em que não se respeita diferenças de etnias, gênero, personalidade. Por essa falta de respeito de maridos com esposas que os casamentos não duram como os de antigamente, por falta de amor eu diria, mas dentro do amor há muito de respeito.
Com referência ao arquivo no email, ouvi também que teria possivelmente sido feito por uma mulher, concordo que há algo de feminismo ali, o que não tira o mérito do autor de falar de como deveria ser a relação homem – mulher, saudável.
Finalizando, a sociedade em busca do poder com esse capitalismo exacerbado, é o que, a meu ver leva aos mais tristes preconceitos e isso advém de algo mais profundo que é o não saber respeitar a diferença alheia, isso causou, e, ainda causam grandes disputas entre nações e entre povos de mesma nação. Enfim, só o respeito para com outro trará a verdadeira paz e isso começa aqui e agora.


Maycon Dantas


"Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito."
Albert Einstein.